Bailão do Velho CardosOnline

Um dos conceitos mais pregados pelo COL sempre foi a chinelagem. Logo, era inevitável que surgisse a idéia de realizar uma festa muito chinela para reunir os assinantes do fanzine. Nós pensamos no assunto pela primeira vez no final de 1998, quando o staff do COL ainda era formado por 5 colunistas e os assinantes - cerca de 100 - eram, na sua maioria, moradores de Porto Alegre. Idealizamos então o primeiro Bailão do Velho CardosOnline (homenagem e brincadeira com o verdadeiro Bailão do Velho Cardoso, situado na Av. Bento Gonçalves, em Poa).

O local eleito para a confraternização não podia ser outro: o Garagem Hermética, clássico reduto do underground porto-alegrense, habitualmente frequentado pelos colunistas do COL.

O I Bailão do CardosOnline aconteceu no dia 25 de janeiro de 1999, uma segunda-feira chuvosa em plenas férias de verão. Mesmo assim, aproximadamente 150 pessoas, boa parte delas assinantes do fanzine, compareceram ao Garagem para conhecer o Cardoso e os colunistas, tomar um tragão, fazer muita merda e bodear no sofá. A festa contou com discotecagem dos COLunistas, cerveja a R$1,99 e uma antológica jam session no chão do Garagem.

A partir daí, o Bailão teve várias outras edições, todas elas um grande sucesso, lotando o Garagem e trazendo atrações como apresentaçào de bandas alternativas de Porto Alegre, saraus literárários, sorteio de brindes, e discotecagem dos colunistas e do DJ Drégus, combinando-se numa mistura poderosa de rock alternativo, tecno, eletronica, britpop, hip-hop, funk e algumas coisas mais esquisitas. O Bailão se tornou um evento em Porto Alegre, e sobretudo uma forma de divulgação do fanzine e aproximação entre seus leitores.

A partir do II Bailão do CardosOnline, realizado em 13/3/99, o staff do COL passou a preparar e distribuir gratuitamente os COPs (CardosoOnPaper), versões impressas do fanzine, para fins de divulgação. Cada COP traz um editorial e uma coluna de cada membro do staff. O COP, ao lado do Bailão, tornou-se um dos principais meios de divulgação do COL, sendo distribuído também em universidades, festas, eventos e nas eventuais viagens feitas pelos colunistas.

Além da estréia do COP, o II Bailão contou ainda com uma chamada na MTV (Soninha leu o release e ficou um bloco inteiro comentando o COL), o "Putaria ao vivo" (mojo e outros representantes da bitch djeneration lendo textos com acompanhamentos nonsense-minimalistas. coisa pra macho), e shows das bandas Tábula Rasa e Hamsterdan. Um público de cerca de 400 pessoas abarrotou o Garagem Hermética.

O terceiro Bailão foi marcado para 12 de junho, e foi o primeiro Bailão temático: Bailão dos Namorados CardosOnline. Público de mais de 200 pessoas, distribuição de camisinhas, sorteio de pernoites em motéis, COP#2 e estréia do fornication lounge: a salinha dos fundos do Garagem foi forrada com colchões e almofadas, e a música ambiente consistiu em mútiplas execuções de Sexual Healing e outros clássicos mela-cueca.

O IV Bailão do CardosOnline aconteceu dia 24 de julho, sem nenhuma atração especial, mas fazendo um resumo das edições anteriores, com distribuição do COP#3, muita música, ceva e chinelagem.

O quinto Bailão foi novamente temático: O Bailão Primaveril do CardosOnline, realizado dia 25/9/99, trouxe como atração principal a guitarreira nerd da banda Winston (na foto). Além disso, o staff do COL conseguiu trazer direto de Esteio, para seu show de estréia, o revolucionário Toni da Gatorra, o profeta da modernidade sonora, numa apresentação antológica que incluiu dupla execução de seu sucesso "Paz". Winston toca no Bailão PrimaverilNa salinha dos fundos, os colunistas Galera e Mojo atacaram de CJ (cassete-jockeys) na De:existência - arrasta-pé para angustiados e afins, tocando apenas o melhor da música depressiva, dos b-sides do Radiohead a trip-hops obscuros garimpados pelo mojo em mp3.

O sexto Bailão, devido ao total desleixo dos colunistas na organização do evento, foi batizado de O Pior Bailão do CardosOnline (4/12/99). Contudo, a festa teve uma lotação de mais de 300 pessoas, e foi um dos mais animados e eficientes Bailões do COL. Distribuição do COP#5, discotecagem do Drégus indo de Pavement a Reginaldo Rossi, e na salinha dos fundos a Re:De:xistência - reedição do templo da música depressiva.

O sétimo Bailão, o primeiro do ano 2000, ocorreu dia 7 de Abril, com o título de Fornão Dançante do Cardosonline, devido à previsão de calor insuportável que se estabaleceria no interior do Garagem. De fato, a festa foi quente, úmida e apertada, com shows impecáveis de duas das melhores bandas gaúchas: Tom Bloch e Irmãos Rocha.

O oitavo Bailão aconteceu dia 16 de Junho de 2000: o Bailão dos Solteiros Cardosonline, uma ode ã confraternização carnal sem compromisso, às groupies e aos solteiros desse mundo. E outra vez nos vemos todos assistindo o show da Superphones e da Video Hits e pensando como é afudê ou que merda que é aquela música ou até aquela banda, tomando aquela décima segunda ceva antes de sair cambaleando Barros Cassal à fora até um taxi, carro ou casa.

E no dia 19 de Agosto do ano 2000, o velho Garagem Hermética as we know it encerrou suas atividades, fechando para reforma e trocando de dono. Para terminar uma era de chinelagem em grande estilo, a última festa do Velho Garagem não podia ser outra: um Bailão do COL. O Bailão do Apocalipse Cardosonline trouxe shows das bandas Space Rave e Minimaus (a banda dos ex-donos do Garagem, Leo e Ricardo) e, na pista, o drum n'bass do Organizers - projeto de música eletrônica do Cardoso e João. Mas o destaque da noite foi a fila que se formou na entrada do Garagem, que chegou a dobrar a esquina, transformando um dos mais célebres redutos undeground de POA num lugar pop, pelo menos por uma noite. Não sabemos o número exato do público presente, mas certamente não foi menos do que o dobro do número oficial comunicado ao staff. A cerveja esgotou lá pelas 4 da madrugada, não apenas no Garagem, mas também no Bambu's, o famigerado bareco da esquina onde a galera costuma se turbinar antes de entrar na festa.

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