PACTO GNÓSTICO NOX
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Igreja do Crescente das Fadas
Esbat

Daniel Pellizzari, 1994

 

O Coven permanece no ponto Sudeste, esperando a entrada pelo Portal. A Senhora dirige-se ao centro do espaço onde será traçado o Círculo (onde deve estar o Caldeirão ou a Fogueira), com o Bastão. Move-se lentamente no sentido LSON, apontando para os Quadrantes e dizendo:

 
 

Com uma leve brisa nasce o sol 

Suavemente ela o acaricia 

Incandesce o fogo como em um crisol 

Que na água silencia 

E a Terra, ao Sul silente 

  

Aguarda

 (Neste ponto, ela deve estar frente a frente com o sacerdote Guardião do Portal)

 

O Senhor empunha o Cajado e, com ele, traça o Círculo no chão, dizendo:
 
 

Queima, círculo de fogo 

Queima, sem que nada lhe toque 

Queima, para sempre sagrado 

Queima, assim que lhe invoque

 
Findo o traçado do Círculo, o Senhor acende o Caldeirão (ou a Fogueira) e posiciona-se ao lado esquerdo da Senhora, de frente para o Sudeste, formando um Portal vivo (deve haver um espaço entre os dois para que o Coven passe). O Guardião do Portal deve então dar três voltas ao redor (FORA) do Círculo, simulando um distante uivo. A cada vez que passar pelos Senhores, deve aumentar a potência do uivo. Enquanto o Guardião realiza sua tarefa, os Bruxos devem fechar os olhos e concentrarem-se no Distante Bosque Eterno. Ao mesmo tempo, os Senhores dizem, firmemente:

 
 

Senhora : Escutem... 

Senhor : Uivos quebram o silêncio 

Senhora : Mágica matilha de orelhas de sangue 

Senhor : Guie-nos para o distante bosque eterno 

Senhora : De cujas árvores apenas as sombras 

Senhor : Testemunham o caminho agora aberto 

Senhora : Ouçam... 

 
 

 
O Guardião deve estar de volta a seu posto, com a flauta. Ele então toca as notas de abertura, e os Bruxos abrem os olhos, à medida que o Senhor diz:

 

Acordem, crianças escondidas 

Não escutam a flauta a soar ? 

Sigam a trilha 

As pegadas estão lá... 

 
 

Cada Bruxo deve entrar então no Círculo, por ordem hierárquica de posto e grau (nesta ordem). O Guardião deve empurrar levemente um a um, em direção à Senhora (se homem) ou Senhor (se mulher). Frente aos Senhores, cada bruxo deve dizer as três palavras de passe, quando então terá seu nome anunciado para os Antigos e tomará seu lugar no Círculo (alternando homens/mulheres), após ter sido ungido. Quando todos já estiverem entrado, deve-se iniciar a Runa dos Bruxos, que se encerrará ao comando da Senhora, quando esta achar justo. Esta é a Runa dos Bruxos:

 
 

Dia claro, noite escura 

Dos antigos a criatura 

Está aqui a lhe invocar 

Venham todos escutar 

Ar, Fogo, Água e Terra 

Giro que um jogo encerra 

Vão além do que vejo 

Trabalham em meu desejo 

Pelo poder do athame 

Venha cá quem quer que eu chame 

Para juntos celebrar 

E o poder invocar 

Deusa Negra da Paixão 

Caçador, Filho e Irmão 

Fontes de poder e vida 

De amor constituída 

Eu invoco a Terra e o Mar 

Que eles venham ajudar 

Filhos do Sol e da Lua 

Minha vida é a tua 

Tua força eu respeito 

Teu chamado eu aceito 

Eko Eko Azura 

Eko Eko Zomila 

Eko Eko Byensozoa 

Eko Eko Asherat 

 
 
 

Finda a Runa dos Bruxos, sob a ordem da Senhora, os Bruxos retiram seus athames das bainhas e apontam para o Caldeirão, concentrando-se na energia levantada. A Senhora então veste-se de céu e deita-se no Sul. Constituído o altar, o Senhor consagra-o com água, sal e óleo (formando o triângulo sagrado). Procede então a quíntupla flagelação no altar e em si próprio. Então, ajoelha-se e invoca, com ambos os braços elevados ao céu:

 
 

Poderosa Senhora da Noite 

Quem és tu ? 

Tu, cujas mãos contêm ao mesmo tempo 

A alegria e o sofrimento ? 

mãe filha irmã avó amante 

A sombra da morte 

e o elixir da imortalidade, 

um e outro, 

tua graça, ó Mãe 

a qual espera a serva 

prostrada em teu altar de sangue 

Aqui te chamamos Dea Aridya 

Vem !

 
 (Deve haver três chamados ‘Vem’: um só do Senhor, um dos Senhores e o último pertence ao Coven)

 

O Senhor deve levantar-se e permanecer de frente ao altar sagrado. Deve então empunhar o bastão na mão direita (elevando-a aos céus) e o flagelo na esquerda (que deve apontar para baixo). A Donzela (ou outra mulher de grau suficiente) deve então acercar-se dele e invocar:

 
 

Dançarino Senhor das Sombras 

Quem és tu ? 

Tu, que sorri com presas de besta 

e folhas presas a teu corpo ferido ? 

pai filho irmão sábio amante 

Flautista divino 

Io Io Evohé 

tua loucura divina, Pai dos mistérios 

é o que aguarda o servo 

ereto frente à Mãe das Desgraças 

Aqui te chamamos Akhera Dev’la 

Vem !

 
 (O invocador NÃO deve pronunciar o primeiro chamado: a ordem é a mesma da invocação da Deusa)

 

A Deusa então levanta-se e fica frente a frente com o Deus, ambos perfilados. Ambos devem ter em mãos as Coroas (a Deusa, a Coroa de Chifres, e o Deus, a Lua de Chifres) e então devem coroar-se. Se a Deusa desejar, pode permanecer vestida de céu ou recolocar suas vestes. O Beijo Quíntuplo é executado, e então a Deusa anuncia:
 
 

Filhos da chuva, rebentos das trevas 

O sol lhes violentou os olhos 

Eko Eko Babalon 

Não mais cegos estarão 

(Deusa - Deuses - Coven) :Karrelyos ! 

 
 

Os Deuses então voltam-se para os alimentos e bebidas trazidas para o Rito. Ajoelham-se um de frente para o outro. A bebida fica na frente do Deus, e o alimento, na frente da Deusa. Cada um pega um recipiente com óleo de bênção (composto de azeite, sangue, ervas, suor e outros ingredientes mantidos em segredo). Dão-se as mãos, formando um círculo em volta do alimento e da bebida, e dizem, alternadamente:
 

 

Deus: Pão que da Terra brotou 

Deusa: Sangue que dela jorrou 

Deus: Sagrados desde o princípio 
{deixa um pouco do óleo cair na bebida} 

Deusa: Fertilizados estão 
{deixa um pouco do óleo cair no alimento} 

Deus - Deuses - Coven: Harrahya ! 

 
 

Tendo fertilizado os alimentos, os Deuses então voltam-se ao seu Coven. Cada bruxo que tiver algum problema ou desejo deve se dirigir a um dos Deuses, dependendo da natureza do assunto. Os Deuses então exporão as questões para todo o Coven (assuntos que tiverem natureza estritamente confidencial serão excluídos), que discutirá a melhor maneira de resolvê-los. Os feitiços mais simples (visualização ou magia de cordas) podem ser resolvidos na mesma ocasião, e os mais complexos (magia simpática) serão planejados para o próximo Esbat. É chegada a hora da Runa Bachahé. Sua função é fortalecer a energia dos feitiços. Todos unem as mãos e seguem a dança proposta pelo Deus, até que a Deusa decida que é hora de parar. Esta é a Runa Bachahé:

 
 

Eko Eko Harrahya 

Eko Eko Baryolas 

Eko Eko Bachahé 

Eko Eko Lagozatha 

Iak Sakha Thul 
{a cada Iak Sakha, os Bruxos devem bater três palmas e mudar de sentido} 

Eko Eko Harrahya 

Eko Eko Baryolas 

Eko Eko Bachahé 

Eko Eko Lagozatha 

Iak Sakha Dev’la 

Eko Eko Harrahya 

Eko Eko Baryolas 

Eko Eko Bachahé 

Eko Eko Lagozatha 

Iak Sakha Aridya 

Harryahaya! 
{levantando ambos os braços para os céus} 

 
 

Terminada a Runa, todos devem se prostrar no solo, concentrando toda a energia no centro, onde deverão estar os feitiços. Após um tempo para o descanso, os Deuses levantam-se e dizem:
 

 

Deus: As súplicas foram pedidas 

À Arydia remetidas 

Deusa: Akhera Dev’la é o mensageiro 

Que as leve por inteiro 

D-Ds-C: Iak Eko Evohé

 
 
O Deus deve reunir os feitiços e colocá-los no local adequado. Os Deuses então realizam o Grande Rito para que recuperem sua consciência mortal. Neste Rito, podem ser acompanhados pelos bruxos de grau suficiente. Após o Grande Rito, os bruxos devem sentar-se, e passa-se ao festim, a parte informal do Esbat. Enchem-se as taças, passa-se o alimento e conversa-se sobre qualquer assunto que vier à mente do Coven. Quando a Senhora achar que já é hora, procede-se a dissolução do círculo. O Guardião organiza uma fila e todos os bruxos, com exceção do Senhor e da Senhora, deixam o Círculo, usando o Portal do Sudeste (os Senhores lá devem estar, novamente formando o Portal Vivo).

Quando todos já tiverem saído, os bruxos guardam silêncio absoluto, enquanto a Senhora dirige-se ao centro do Círculo e diz:

 

Silêncio no bosque... 

As sombras se esvaem 

Crianças dos Deuses 

Os olhos nos traem? 

 
 

O Senhor empunha seu cajado e apaga as marcas físicas do Círculo, no sentido SONL, dizendo:

 
 

Boreas recebe o sol 

A Terra de novo espera 

Voltamos à nossa casa 

Mas a vida não se altera

 

Todos bradam, da tríplice forma, começando pela Senhora:

 
 

Evohé Sakhia Weikk! 
 

É findo o Esbat.

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