PACTO GNÓSTICO NOX
http://www.psynet.net/nox 


Igreja do Crescente das Fadas

Samhain
(30/4)

releitura do original alexandriano
por k-Ouranos 333, 1992



Depois do exercício de meditação, faz-se a introdução ao Samhain:

Senhora:
 
Sagrada noite que as brumas divide
Marca a hora que este ano encerra
Aberto o portal entre Lá e a Terra
Findo o ciclo que a Deusa preside
Morto o Deus que hoje renasce
Entre os mundos nos encontramos
De volta estão todos que amamos
Até que todo o encanto passe
É Samhain...
Iak Sakha Evohé !
 
Abre-se o Círculo da maneira usual, mas apenas com uma invocação genérica dos Guardiões de Quadrantes. Não acendem-se velas. Acende-se o carvão no caldeirão, e nele acende-se o incenso. Depois da Runa, procede-se a Invocação dos Deuses do Samhain. A Senhora caminha até o Norte, ficando de frente para o Altar. O Senhor posiciona-se no Sul, de costas para o altar. Donzela fica no Oeste, de frente para o caldeirão. O Senhor e a Senhora traçam o Pentagrama Invocador da Terra, um de frente para o outro, e guardam seus athames (ele no altar, ela na frente do caldeirão). Ela segura uma vela acesa e declama:
 
 
Akhera Dev'la, Senhor da Matilha Encantada
Mestre das Sombras, Doador da Vida
Abra-nos os portões secretos por que todos um dia passam
Amados nossos que em Tir naNog estão
Para comemorar conosco hoje retornarão
Lorde dos ferozes cães de orelhas cor de sangue
Confortador, Consolador, quando nossa hora chegar
Paz e descanso sabemos que irá nos  dar
Em teu reino entraremos, orgulhosos e sem medo;
Pois sabemos que ali nos banquetearemos entre heróis
E à Gaia voltaremos por tua graça, e graça de Dea Arydia
Ó Senhor dos Portais, Lorde do Sídhe, te rogamos
Que no mesmo lugar e tempo aqui todos renasçamos
E que a suprema graça dos Wicce nos seja dada
E que possamos nos encontrar, nos conhecer e nos lembrar
E de novo nos amar
Manifesta-te, Senhor dos Cascos de Bode
Vem, para teu servo e Sacerdote
Iak Sakha Dev'la !
 
A vela passa para o Senhor, que declama:
 
 
Brilhante Arydia, Senhora do Círculo de Prata
Te invoco, tu que és tão antiga quanto o tempo
E peço que pelo intermédio de tua serva e Sacerdotisa
Penetre os pensamentos dos que trilham o Caminho Sagrado.
Por ela, para ela e pelo seu intermédio, Senhora
Que a sabedoria dos tempos flua como a límpida água de um riacho
Aro de Prata, Deusa do Castelo Brilhante,
Pedimos uma centelha de sua inspiração para nosso Círculo
E que essa inspiração torne-se um pensamento
E que o pensamento torne-se uma palavra
E que essa palavra seja ouvida por aqueles que esperam
E que assim se complete mais um Círculo
Deusa da Face Pálida, somos suas crianças aqui reunidas
Rogamos que torne-te uma com sua Sacerdotisa
E assim nosso vínculo, que é Amor, se reforce
E torne-se Lei, amalgamada à sua sabedoria
Pois todo homem e toda mulher é uma estrela
Que a luz de sua Graça faz brilhar
 
A vela então é usada para acender as velas do altar. É então passada de volta à Senhora. Todos viram-se para o Oeste, onde está Donzela. A Senhora declama:
 
 
Longe no oeste está Tir na nOg, a Terra de Todos os Mortos,
para onde muitos de nossos entes queridos já se foram
para descansar e fortalecerem-se para renascer.
Nesta noite sagrada, comungamos com eles;
e como nossa Donzela espera por nosso chamado no Oeste,
eu lhes convoco, Irmãos e Irmãs da Arte,
para que guardem a imagem destes seres amados em suas mentes,
para que nossas boas-vindas os alcancem.
Pois há Mistério dentro de Mistério;
e o lugar de descanso entre uma vida e outra
é também Caer Arianrhod, o Castelo do Aro de Prata,
no centro da espiral de estrelas além do Vento Norte.
Lá reina Arianrhod, a Senhora da Face Pálida, a Deusa Branca,
cujo nome significa Aro de Prata,
e é uma das muitas faces de Dea Arydia.
Chamamos em espírito nossos seres amados.
Que a Donzela os lidere, caminhando deosil até o centro do Círculo.
Que assim seja pois o caminho espiral até o interior de Caer Arianrhod
leva à noite e ao descanso, e é inverso ao caminho do Sol.
 
A Donzela caminha até o centro do círculo, lentamente, em espiral, dando três voltas até chegar ao caldeirão. Durante isso, o Coven permanece em silêncio e concentração absolutos. Lá chegando, Donzela fica de frente para A Senhora. A Senhora levanta sua mão direita na altura do ombro, sobre o centro do caldeirão, com a palma estendida. Ela olha para a esquerda. Donzela estende sua mão direita e encosta na da Senhora, que declama:
 
 
Amável Donzela, aqueles que trouxeste contigo
são verdadeiramente bem-vindos a este festival.
Que permaneçam conosco em paz.
E tu, Donzela, retorne pelo caminho espiral
para juntar-te a nossos Irmãos e Irmãs;
mas desta vez, vá tuathal - 
pois este é o caminho do renascimento,
para fora de Caer Arianrhod, e é o caminho do Sol.
 
Ambas encerram seu contato e a Donzela caminha lentamente de volta a seu lugar no Oeste. Quando ela chega em seu lugar, A Senhora diz:
 
 
De Caer Arianrhod vem o vento que é o frio da eternidade.
No vento está o chamado do corvo de Morrígan,
que não é ouvido por todos,
mas apenas por aqueles que podem ouvir.
É o vento que limpa a terra do que já passou,
para que coisas novas possam chegar.
A Deusa da Face Pálida é aquela que aguarda além da espiral de estrelas.
Para obtermos suas graças, teremos que penetrar na imensidão
e ingressar no Castelo.
Lá, com a bênção de Nossa Senhora Prateada,
seremos ensinados a olhar no caldeirão,
e por meio da sabedoria que obtivermos, conheceremos o caminho
que escolhemos.
Vamos nos aproximar das paredes do Castelo.
 
Todos sentam-se em torno do caldeirão. A Senhora renova o incenso. Agora o momento é de reflexão e contemplação. Todos entoam palavras que lembrem o lado triste da morte. O Senhor começa a declamar, e o Coven cessa as palavras:
 
 
Tiremos o medo de nossos corações, Irmãos
Sigamos o Caçador Selvagem, pois ele está aqui
Aquele que conforta e consola
Que nos dá o descanso do coração
E tira de nós a tristeza
Dev'la é o guia: o portão está aberto
Herne é o guia: o caminho está livre
Karnayna é o gua: a morte não é uma barreira
Ele é o poderoso Senhor da Dança das Sombras
Rei do reino dos Sonhos
Com ele e sua matilha penetraremos no Castelo
E nos será revelado o Mistério...
 
Os bruxos, todos juntos, entoam palavras que relacionem com os aspectos positivos da morte. Inicia-se um longo período de contemplação às brasas do caldeirão. Cada um concentra-se e, se desejar, fala e compartilha com os outros suas visões. A Senhora decide quando é hora de sair do Castelo de Arianrhod. Então, todos se levantam e voltam à suas posições. O caldeirão é então colocado ao lado da vela do Leste, o quadrante do renascimento. O Senhor declama:
 
 
Samhain
Nascimento, crescimento, morte e renascimento
Samhain
A Roda nunca para de girar
Samhain
Dev'la é o Senhor da Morte
Samhain
A Roda vai te levar
 
O Coven gira deosil, repetindo a palavra 'morte', até sentirem a energia elevada.
O Coven pára, e O Senhor declama:
 
 
Samhain
Nascimento, crescimento, morte e renascimento
Samhain
A Roda nunca pára de girar
Samhain
Dev'la é o Senhor da Vida
Samhain
A Roda vai te levar
 
O Coven então gira tuathal, repetindo a palavra 'vida', até sentirem o poder da
vida tomar conta do Círculo. O Senhor diz:
 
 
Neste momento, devemos reafirmar a energia de Vida
que nos é dada pelos Deuses, para que ela nos permeie
e auxilie nossos entes queridos
a moverem-se na Roda do renascimento.
 
Realiza-se então o Grande Rito, da maneira tradicional. Terminado o Grande rito, continua-se o Sabbat. Do caldeirão do altar, retira-se as maçãs. O Senhor segura uma das maçãs e diz:
 
 
Esta é a fruta da morte...
 
A Senhora parte-a ao meio e diz:
 
 
Que é a vida!
 
Ela então eleva a maçã e mostra o pentagrama formado pelas sementes dizendo:
 
 
Vejam a estrela quíntupla do renascimento! 
 
Todos recebem um pedaço da maçã e um gole da bebida, enquanto o Senhor diz:
 
  
Provem a fruta do renascimento!
Bebam do caldeirão da vida!
Que esta fruta traga sorte e felicidade
neste novo ano que hoje se inicia!
Todos se dirigem ao centro do Círculo, e dão-se as mãos. A Senhora diz:
 
 
Este é o Círculo de Prata, o círculo do renascimento.
Através de nosso Deus tudo passa para fora da vida,
mas através de mim tudo pode renascer mais uma vez.
Tudo passa, tudo se transforma.
A semente torna-se fruta, e a fruta, semente.
Nascemos e morremos, e com a morte nos alimentamos.
Conheça-me, liberte-se de todo o medo,
pois meu ventre é o caldeirão do renascimento.
Em mim, a roda sempre gira.
 
Todos:
 
 
Abençoada Seja!
 
Todos pegam as velas laranja e acendem-nas no dentro do caldeirão, que
deve estar no Leste. A Senhora diz:
 
 
 
Que essas velas iluminem nossos entes queridos
que estão em Tir Na nOg.
Pensemos neles, e nos momentos que compartilhamos.
Acendamos estas velas das recordações na esperança de que um dia
outros façam o mesmo por nós.
 
Neste momento, O Senhor é coroado como o Senhor da Confusão, passando a representar a face Pã, que é um símbolo da energia vital da Terra. Como Senhor da Confusão, ele perde sua capacidade de trabalhar em Círculo. A Senhora deve fechar o Círculo, da maneira usual, sem citar os guardiões. As seguintes falas devem ser adicionadas:
 
 
Que a felicidade da Vida agora impere neste Círculo,
e que os habitantes de Tir na nOg retornem em paz
a seu local de descanso, para que possam se fortalecer
e um dia retornar à Terra.
Agradecemos ao Caçador Selvagem, Akhera Dev'la,
e saudamos Herne, senhor da vida do Ano Negro.
Congratulamos também nosso Senhor da Confusão, o Deus Pã,
que é vida viva em constante movimento,
como o Aro de Prata de Nossa Senhora da Face Pálida,
à qual agradecemos a dádiva de sua presença
e doação de centelha de vida.
Que o corvo da Deusa Vermelha, Morrígan,
aquela que conhece os mistérios do Outro Mundo,
leve até Caer Arianrhod nossa felicidade
por ter partilhado estes momentos sagrados com os Deuses.
As brumas que levam até Avalon estão se tornando mais densas,
e é hora de fechar nosso Círculo.
Em nome dos Poderosos, que ele seja considerado fechado
até nosso próximo encontro.
Iak Sakha Evoe !


  RETORNAR AO ÍNDICE

RETORNAR À PÁGINA PRINCIPAL