(putaria.) |
#4
; edição calhorda
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gasp gasp gadjomaniac |
Mariana E.
Messias
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>>@&*#$&#*$&@<<
Esquisotéricos
e fumetas,
Uma merda de uma bruma entrava pela janela desde que eu tinha tido a maldita idéia de abri-la para mudar o ar. Há algumas décadas o dia estava com aquele mesmo apecto morno e, enquanto eu jazia sentado na poltrona, podia admirar a volúpia do corpo que sobrevoava minha cabeça. Agora, a merda toda, é que a sala estava cada vez mais parecida com uma sauna avapor, as vezes eu mal podia vê-la, flutuando em lenta combustão consigo mesma enquanto eu apertava o décimo baseado da noite, para ver se conseguia um pouco daquele afeto mórmon, ou só uma merda de uma conjunção carnal, ela pairava censurante, no final um sorriso, e, sempre esta mesma merda. Já estava de saco cheio, fui até a prateleira de livros pegar o isqueiro, depois acomodei minha bunda peluda naquele sofá mofado para todo o sempre, por, pelo menos, mais alguns dias. Acendi o baseado e, enquanto eu tragava lenta e mortalmente aquela taquara refinada, pude ouvir a campainha ao longe, do fundo daquela bruma, de onde via-se a porta. Uma merdinha de uma porta de madeira empenada e pintada de azul. Enquanto isso ela me lançava olhares de esposa ("você não pretende abrir esta porta, não?"), então eu tive e fui, empenhando todo o meu ímpeto naquilo, naquela merda de porta verde e empenada do outro lado da casa, no horizonte daquela maldita bruma. Cheguei na frente da porta e apaguei meu baseado na sola do chinelo, como um bom e velho cowboy fumeta, e aproximei meus olhos do olho mágico (para quem não sabe, aquele buraquinho na porta, que serve para ver quem esta no corredor -e as vezes tem uma lente olho daquelas que faz todas as pessoas do universos disformes e cabeçudas- e que, com a maldita correnteza de bruma quente, ficava batendo a todo o momento -tac, tac, tac- no contratempo da goteira do banheiro -ping, ping, ping- criando uma sinfonia para autistas -ping, tac, ping, tac, ping-). Não sei se eu estava muito chapado ou realmente não conhecia aquela mulher, toda gorda, com um maldito de um casaco de bolotas, que sorria insistentemente para o olheiro, por via das dúvidas, escolhi minha melhor voz de sobriedade e lasquei a perguntinha cretina de sempre: quem é?
- isto o que, meu filho? - estas músicas de judeu! - na sinagoga, ora! - que sinagoga, porra? digo, mas, por deus, mãe, que sinagoga? A senhora nunca foi disto!
- mas eu nunca fui em uma sinagoga,
merda, já disse que não sou judeu, nunca fui, nem sei o
que eles fazem! E isto bastou para que ela começasse
a chorar e bater compulsivamente em minha boca, para que eu não
repetisse tal coisa. - você não era assim
até vir para a cidade grande, meu filho, você era um rapaz
tão caaalmo... - mas eu sempre morei aqui, porra! Daí eu já não
sabia mais quem estava certo, aliás, sequer sabia se aquilo realmente
estava acontecendo. Eu ou aquela senhora redondamente judia estavamos
fora de contexto, no meio de toda a minha agudez racional de maconheiro,
senti meu coração se enternecer com a quantidade de lágrimas
(para um judeu muito mais importa a quantidade que a qualidade, muito
bem sabemos) que a tal senhora (que se dizia) minha mãe derramava
e acabei por abraça-la ternamente dizendo que tinha adorado seus
bolinhos. Cerca de dois albuns de fotografia
(meu bar mitzvah e minha circuncisão) depois, a campainha toca
e eu penso de forma conclusiva: quem tem mãe tem casa movimentada,
e, no maldito olheiro, um rapaz rosado com um nariz que tinha algo de
turco ou de. Abri a porta e ele saiu em um cooper de jovialidade na direção
de mamãe dizendo: - mamãe, o que a senhora
tem na cabeça? - a pegando pela mão e levando em direção
a porta, no que eu intervenho, pegando sua outra mão: - peraí, malandro, onde
você PENSA que vai levar ela? - e ele responde em tom indignado: - que tipo de tarado teria fantasias
com senhoras, que já são avós, e tem idade suficiente
para serem sua mãe? - com um olhar de dar medo e dó -
como assim? Largue logo a minha mãe! Então comecei a desvendar esta história maluca e toda aquela bruma no ar não deixava dúvidas, ele devia estar falando a verdade quando disse que havia algum mal entendido, aquela era sua, e não minha, mãe. Me explicou que ela era muito sensível e andava abalada com a morte do marido e o casamento do tal jovem de nariz estranho com uma menina de nariz normal. Pelo que ele me contou, a senhora rechonchuda vivia saindo de casa, negando seu filho e tentando encontrar outro, senti uma pena do coitado, que era um filho do cacete, mil vezes melhor que eu, mas, na realidade, eu só conseguia mesmo era pensar, com um sorriso leve que mais parecia um tumor facial, que esta maconha sim era das boas ou deus tinha despirocado de vez. A maldita da velha não
passava nem perto dos meus olhos, mas dirigia para os meus pés
um olhar de desprezo profundo, como se o culpado desta coisarada toda
fosse EU, que fui ser importunado na merda do meu apartamento. Fechei a merda da porta empenada
com muito esforço, aquele nhéééc ressoou,
eu estava fraco de novo. Depois de um leve período de desconforto
e re-adaptação aquela velha merda, voltei a levar minha
bunda (que, a esta hora da história, já parecia ter cerca
de 200 kgs) em direção a poltrona, lembrei do baseado no
bolso da calça de pijama, já todo amassado, acendí,
olhei para o teto para conferir, e ela continuava lá, me guardando
em sua dança e me mandando beijocas. Dei a primeira tragada com
toda a força dos meus pulmões e fiquei me sentindo a pessoa
mais normal nesta merda de mundo cheio de filhos da puta loucos que invadem
a tua casa, mas, pensando, que se tivessem sido muçulmanos poderia
ter sido pior. Repeti alto: "Só mais um peguinha, mamãe, só mais unzinho" e gargalhei, dando graças ao Senhor por minha mãe já ter morrido. Juro por Deus todo poderoso, pelo profeta Alá, pelo bodhistavíaco Buda e por toda a irmandade espírita que não pretendia me levantar daquela cadeira nunca mais, mas pude ouvir, ao longe, a campainha tocando. |
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(putaria.)