Clipagem
Revista Trip
Um dos artifícios da fábula é usar animais como metáforas dos homens. Os bichos agem e falam como gente para transmitir uma moral. Nos pequenos contos de Paulo Bullar reunidos em Húmus, muitas vezes os personagens são animais. Mas, ao contrário da fábula tradicional, são os homens que saem animalizados. Húmus não propõe nenhuma moral além de um humor auto-irônico (que aparece nas melhores partes do livro) e de uma raiva contra tudo o que parece adaptado e demasiado humano. Aqui os animais são seres imaginários que vivem na cabeça do autor. Como os pássaros que ele leva consigo e que solta contra os "corpos dóceis e produtivos", que seguem como vacas nos engarrafamentos em que, por acaso, Bullar também está.
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