(putaria.)
#2 ; edição castilho

 



<-------------tenha senso estético: use fonte de largura fixa---------------->
<----------------e depois arrume a janela nesta largura, ó------------------->


=-#2-----------------------------------------------putaria@bruce-lee.com-----=


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__________________________________(putaria.)__________________________________
__________________um e-jornal a serviço da bitch djeneration__________________
_______________________edição castilho - 5 abril 1999_________________________
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|            (editorial.) ABDUZIDO PELOS LEPORINOS         111001010101000011| 
|                               daniel pellizzari          001010101001110101| 
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|            (conto.) UMA FÁBULA COM QUATRO ARESTAS        011010101000011100|
|                               daniel pellizzari          010110101001011101|
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|            (poesia.) RECEITA ETÍLICA PARA OS FLINTSTONES 101011011000011101|
|                      SUICIDAS (COM AMOR)                 010101010101010110|
|                               julio lemos                101010010101011010|
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|            (crônica.) RESSAQUINHA                        111110111011000110|
|                               rafael morado              100110011011011010|
|                                                          001001100111001110|
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a PUTARIA putaria PUTA*           (editorial.)         *putaria PUTARIA putari
RIA putaria PUTARIA * + ------------------------------ + *PUTARIA putaria PUTA
a PUTARIA putaria PUTA|    ABDUZIDO PELOS LEPORINOS    |putaria PUTARIA putari
RIA putaria PUTARIA * + ------------------------------ + *PUTARIA putaria PUTA
a PUTARIA putaria PUTA*         daniel pellizzari      *putaria PUTARIA putari



o olho: sguch. sguch. sguch. sguch.


        (mija bem delícia, meu bom)
  
        sguch. sguch. sguch. sguch.
                                      preciosos lupanares imprecisos ávidos por
                                     preciosismos e literatices bruna lombardi
        sguch. sguch. sguch. sguch.


                {eu acredito em ~=amor de mãe
                                ~=gnomos obnubilados
                                ~=mulheres grandes de órion
                                ~=epifanias trent reznor
                                ~=loucas das uvas
                                                            } é.
        sguch. sguch. sguch. sguch.


        (podia ser pior:
         você poderia ter grandes lábios leporinos)


        sguch. sguch. sguch. sguch.


                                sacanagem / a gente faz / na cadeia


        sguch. sguch. sguch. sguch.


coisas         sempre          pequenas         esquecem           repolhos
passam            durante          árias            muito               verdes
enquanto          minhas          correntes        trafegam        incontestes
penso            revoluções       inócuas           pouco              perenes


        sguch. sguch. sguch. sguch.


           (julio cesar, 100% punk)


        sguch. sguch. sguch. sguch.


afffff:                            ..


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a PUTARIA putaria PUTA*             (conto.)           *putaria PUTARIA putari
RIA putaria PUTARIA * + ------------------------------ + *PUTARIA putaria PUTA
a PUTARIA putaria PUTA| UMA FÁBULA COM  QUATRO ARESTAS |putaria PUTARIA putari
RIA putaria PUTARIA * + ------------------------------ + *PUTARIA putaria PUTA
a PUTARIA putaria PUTA*        daniel pellizzari       *putaria PUTARIA putari



                                                 .'. JULIUS CAESAR IMPRIMATUR *


Quer mesmo saber como vim parar aqui?  Foi azar,  cara, puro azar.  Nunca  fui 
religioso, e quando resolvo acreditar em  algo que Deus me diz,  acontece essa 
merda toda. Mesmo assim,  ainda acho que  fiz tudo bem certinho.  Me dá  aí um 
cigarro que eu te conto a história direito. Pensando bem, me dá dois. Foi mais
ou menos assim, e te juro que é tudo verdade.


Eu trabalhava em um cartório no centro. Logo que comecei no serviço reparei em
uma mina que ficava no caixa. Ela era linda, rapaz, toda jeitosa. Eu ainda era
meio novo, tímido pra cacete,  tinha comido pouca mulher, daí entrei  numas de
me apaixonar por ela, saca?  Amor e tal. Descascava umas bronhas para ela todo
santo dia.  Mas era  um mulherão, mesmo.  Alta, morena,  uma baita bunda,  uns
coxões. Os peitos é que não eram lá essas coisas, mas quem ama não reclama. 


Pois é.  Fiquei nessa punheta  durante algum tempo, até que um dia percebi que 
ela andava  me dando mole.  Não era qualquer bolinha,  não, era mole mesmo, no 
duro.  Eu  não  falava  com quase  ninguém do   cartório,  ficava ali com meus 
carimbos e tal,  era  tímido, como já te disse. Mas foi só a boazuda começar a 
me dar atenção que mudei totalmente. Fiquei com calo na mão só de imaginar que 
ela também me amava.  Pois então. Tinha um cara que trabalhava na mesa do lado 
da minha, era gente fina,  e então  eu contei pra ele que eu estava apaixonado 
pela mina e que ela também parecia me  curtir.  Foi foda. O cara começou a rir 
na minha cara e dizer que ela era uma baita puta e que dava pra todo mundo ali 
dentro e coisas do tipo. Só eu não tinha comido.  Fiquei puto.  Puto,  furioso 
mesmo. Não com ela, mas com o cara. Era óbvio que ele tava mentindo,  caralho. 
Mesmo assim, comecei a me afastar dela, por vergonha dos outros. Sei lá, podia 
ser tudo verdade, eu não queria comer ela se ela era puta.  Eu era meio burro. 
Esse papo de amor é foda.


Tem  mais  um cigarro?  Valeu.  Tá bom,  daí  um dia  eu  tomei  coragem e fui 
perguntar  pra  ela se as  histórias que contavam eram  verdade.  Não  é que a 
mulher começou a chorar? Ela chorava e me disse que estava apaixonada por mim. 
Mas não negou nada. Nadinha. Porra, daí eu fiquei na minha e disse pra ela que 
eu não gostava de  puta, queria  mulher  direita e não  concha larga. Ela saiu 
correndo e eu voltei pra minha mesa.  No outro dia, ela  não estava no caixa e 
me  contaram  que tinha pedido  demissão.  Fiquei  me sentindo meio  mal, meio 
covarde.  Eu ainda amava ela,  caralho.  Podia ser puta, mas eu  amava,  e ela 
também,  tinha dito na minha cara, chorando. Não dava pra agüentar ter perdido 
um amor por  dar ouvido  ao que um zé qualquer  me contou.  Me irritei  e pedi 
demissão também.   Depois disso fui pra outro trampo, mas nunca esqueci a mina 
do cartório.  Fui virando um porcalhão, comendo qualquer coisa, mas sempre com 
aquele amor no coração,  saca?  Tenho até essa tatuagem aqui, um coração com o 
nome dela, foi o Adãozinho que fez, saca o Adãozinho?


Então.  Um dia eu estava no trabalho novo,  era num escritório lá, daí eu tava 
lendo jornal e caralho, tinha um daqueles anúncios de enterro com o nome dela. 
Puta que o pariu, era mesmo o  nome dela,  direitinho. Olha que sou macho, meu 
velho,  mas  chorei pra  cacete  naquele dia. Não tive  coragem de  chegar  no 
velório,   e fiquei tomando   um trago no snooker.  Pois é.  Tomei um monte de 
martelinho e fui pra casa,  com uma coisa doída no coração.  No caminho, tinha 
uma igreja, não dessas de pastor, igreja católica mesmo,  com santos e altar e 
a porra toda.  Sei lá o que me deu que   acabei entrando  na merda  da igreja. 
Cheguei   ali perto  do  altar e de repente   escutei uma voz.   Era Deus, meu 
compadre, era Deus.  Ele me deu a real sobre tudo que tava acontecendo, daí eu 
saquei o que devia fazer.   Saí da igreja, passei   num  puteiro  da avenida e 
peguei a puta mais gostosa de lá de dentro. Era uma loira, alto rabo, peitões. 
Tá bom. Foi um trabalho convencer a vagabunda   a ir até o cemitério,  mas ela 
foi. 


Claro que eu sabia qual era o cemitério,  caralho, tinha o anúncio na porra do 
jornal, esqueceu?  Entrar lá foi fácil, aquela merda  tem muro baixo e ninguém 
vigia.   O mais difícil  foi achar a cova da falecida.   Acho que encontrei só 
porque Deus tinha falado comigo na igreja.  Tava tudo ali,  o nome dela e tal, 
tudo direito, conferindo.  Era uma cova simples,  assim,  só terra, a cruz e o 
nome. Um montão de terra, novinha, por cima.   Ninguém tinha mandado uma porra 
de uma flor. Quase chorei de novo, mas a puta tinha começado a curtir a viagem 
e se  agarrou no meu pau.  Meti  nela ali mesmo,  em cima  da terra  remexida, 
sempre olhando pro nome da falecida na cruz. Na hora de gozar, tirei de dentro 
e lambuzei toda a terra com porra. Pois é. 


Não, caralho, não foi por isso que me prenderam. Por acaso é proibido fuder em 
cemitério? Que eu saiba os mortos não se incomodam, ora porra. Pois então. Saí 
numa boa do cemitério com a vadia, paguei e fui pra casa. Eu tava feliz, cara. 
Deus tinha falado comigo,  me perdoado por ser bebum e  covarde e me dito como 
eu podia  ficar sem a  culpa de ter perdido um amor.  Tava tudo certinho,  bem 
certinho,  nos conformes.    No outro dia era domingo,   eu acordei tarde e de 
ressaca.  Eu tava indo me encontrar com uns colegas do  serviço quando, bem na 
minha frente na rua, vindo pra mim,  eu vi, cara.  Era a porra da vadia.  Não, 
não a que eu tinha comido no cemitério, a outra. É, a do cartório. Pois é,  eu 
também achei que ela tinha morrido. Pois a vaca veio toda se rindo pra cima de 
mim.  Tava mais  gostosa que nunca,   de sainha  curta  e  blusa  apertadinha, 
aparecendo os peitinhos.   Cheguei junto dela e perguntei que caralho de porra 
era aquele, como ela podia estar morta e estar ali, daí ela riu e perguntou do 
que eu tava falando, daí eu me irritei e agarrei ela pelos  braços e ela parou 
de rir. Fiquei sacudindo ela ali e ela começou a dizer que  eu tava é louco, e 
que além do mais era um bundão que não tinha comido ela na época do cartório. 


Ah,  mas daí eu fiquei puto da cara e  comecei a descer o cacete na cara dela. 
Mas caguei ela a pau, bati com vontade, mão cheia.   Ela tava com a cara cheia 
de sangue quando enfiou a mão na bolsa e tirou um estilete pra me fincar.  Não 
tive dúvida, nessas horas não dá pra ter.  Apertei a mão dela e meti a  lâmina 
no pescoço dela,  bem embaixo de uma pinta que ela tinha.  Foi sangue pra todo 
lado, ela gritava feito porca, mulher é foda, daí começou a chegar um monte de 
gente e me seguraram e me deram porrada e aí chegou a polícia.  Só não me fodi 
ainda mais  porque os porcos impediram que a massa me linchasse.  Sei lá o que 
deu neles,  acho que foi um minuto de bom coração em  toda a face da história. 
Mas bem.  Daí foi o de sempre,  me  desceram  o sarrafo   e  me  mandaram  pro 
presídio. Nem quiseram ouvir  a minha história.  Fiquei dizendo que Deus era o 
culpado,  mas os porras nem quiseram saber. A única coisa que me deixa feliz é 
que  a  filha da puta do cartório  morreu.  Pelo menos isso.  Pelo menos aí eu 
consegui ajeitar a história, fazer ficar tudo direito.  Se já tá morta tem que 
morrer, é ou não é? Então. É essa aí minha história.


Agora me diz, camarada: o que mais eu podia ter feito?               



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a PUTARIA putaria PUTA*             (poesia.)          *putaria PUTARIA putari
RIA putaria PUTARIA * + ------------------------------ + *PUTARIA putaria PUTA
a PUTARIA putaria PUTA|       RECEITA ETÍLICA PARA     |RIA putaria PUTARIA pu
RIA putaria PUTARIA * |       FLINTSTONES SUICIDAS     |a PUTARIA putaria PUTA
a PUTARIA putaria PUTA|           (COM AMOR)           |putaria PUTARIA putari
RIA putaria PUTARIA * + ------------------------------ + *PUTARIA putaria PUTA
a PUTARIA putaria PUTA*           julio lemos          *putaria PUTARIA putari




               algum desvio quântico derrubou-se por nossas cabeças no momento
             da embriaguez (um hominídeo afirmou, olha só como a vadia dança!)
                                   e nós dois nos metemos por debaixo da mesa:
                                   algum desvio derrubou-se por nossas cabeças
                             você pediu, passe pra mim mais um copo de absinto
                     e cinco flâmulas de cores fortes se misturaram às cabeças
                   que nós dois fizemos tornar líquidas & obscenas & distantes
              mas infelizmente ia o sol alto e nos prostramos ao nefelibatismo
                                       de João, o arrematador das alucinações. 
                                                              ele pediu perdão
                                              ele seguiu sua vida por sarjetas
                                      ele pronome oblíquo se prostrou aos sóis
                                   (olha só como a vadia dança, que sacanagem)
                  o presidente fugiu para um terraço em cima do açougue e quis
                            cometer suicídio com as duas mãos que lhe sobraram
                 mas nós continuamos a viver impulsionados por um ente etílico
                       e pela embriaguez espiritual das religiões abandonadas.
                como me custa levantar um dedo por cima dos vestidos das moças
                                           porque nem as impúberes me obedecem
                                           nem os cães me oferecem sacrifícios
                                                   (porque foge, sua piranha?)
                                           nem os cães me oferecem
sacrifícios                        
                                                   enquanto o mundo ainda ruge
                      por cima dos fracos que as luzes amareladas abandonaram.
                      porque nem João o Evangelista, nem qualquer Krishnamurti
                                   livra os hominídeos dos pecados conscientes 
                                                    (ora, não existem pecados)
   e da insegurança de que um dia suas consortes cuspam em seus órgãos sexuais
        como se cospe nos metrôs de paris em cima dos músicos com instrumentos
        desafinados
                                                                 como se cospe
                       (sua piranha, vou fuder com sua vida, vem cá, rampeira)
                  nem os presidentes que cometem suicídio com as próprias mãos
                                      sabem como é cuspir nos olhos de um cão.
                             por isso peço-lhes, amigos habitantes das nuvens:
                                               comprem um barbeador da gillete
                                     separem apenas a lâmina com alguns pisões
                             e use-a para vários ferimentos nas veias do braço
                                      até que o sangramento excessivo os livre
                                                          da saliva das vadias



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a PUTARIA putaria PUTA*            (crônica)           *putaria PUTARIA putari
RIA putaria PUTARIA * + ------------------------------ + *PUTARIA putaria PUTA
a PUTARIA putaria PUTA|           RESSAQUINHA          |putaria PUTARIA putari
RIA putaria PUTARIA * + ------------------------------ + *PUTARIA putaria PUTA
a PUTARIA putaria PUTA*          rafael morado         *putaria PUTARIA putari



O zahir  que antes o acolhera de repente começa a rasgar em pedaços  sua alma, 
como antigamente  já fora feito,  como tantas vezes sabia que acontecia,  como 
assim   fica  rasgando,  como fica   queimando  por   dentro,   queimando tudo 
principalmente   o   estômago  e nesses dias  parece  que todos  ligam,  todos 
telefonam e cada vez que tiram do raciocínio, do eterno retorno àquele assunto 
que preenche é que não bem um pensar, muito menos um lembrar é quase imaginar, 
é quase qlqr coisa que não dá trabalho que fica passando pela cabeça, comodo e 
feliz, quase feliz, ansioso mas satisfeito porque só existe isso, não tem mais 
nada,  só esse  desespero  de  estar muito longe,  de não saber nada do que se 
passa e ficar aqui acreditando com um retardado abrindo mão de tudo que começa 
brotar do  nada,   escolhendo não viver   em nome de algo que nunca viu,   que 
desconhece e no qual nem memso confia  só porque suspeita, só porque intui que 
a verdade é essa, que pode ser bom que pode ser melhor, que pode ser real, que 
pode fazer  mudar um pouco  esse cinza incômodo,  esse gosto enjoativo de todo 
dia,  de acordar de manhã e de dormir de noite, de cidade e carros e asfalto e 
prédios e cimento e um céu azul. 


E era isso, agora é uma merda  duma ressaca,  tudo o que acontece qndo se bebe 
fora de horário, acabando bebado no começo da noite, cedo demais, tarde demais 
e não  se   dorme   quando   se desmaia.   E não se acorda quando se recobra a 
consciencia, são fenomenos diversos,  e não sei se tenho cigarros ou sono,  só 
sei de    arrependimento  profundo,  e a incapacidade   da manhã seguinte,   a 
impotencia da manhã seguinte,  plena,  completa,  absoluta,  lembrando que não 
bebo vodca boa, dor de cabeça e enjôo.  Amargando essa manhã de domingo, eu só 
quero um disco do Velvet, mas não tenho então cantarolo Sunday Morning  mas já 
não sei se é Sunday ou Monday e droga de coisas que fiz sem pensar, exagerando 
como sempre,  exagerando como um estúpido,  tropeçando em palavras e cinzeiros 
quebrados. E não tem pra onde ir. Não tem nada pra fazer, não há como remediar 
a  situação,  só arrependimento é supremo.  Aspirina pra alma é soda cáustica. 
Vodca é  só uma  versão mais leve que se bebe de um gargalo vagabundo  que faz 
sair um fio fininho, escorrendo de leve enquanto espero encher a boca,  bêbado 
eu fico com pensamentos fixos, bebado eu fico psicótico, bebado eu fico.  Toda 
a aflição dirigindo sem rumo, dirigindo com pressa,  não,    não bati o carro, 
não bato bêbado,  nada acontece fisicamente,  só o desespero   que me faz sair 
correndo sem rumo e que agora quase me tira desta cadeira onde  estou montando 
guarda,  onde  vigio  o reino   eletrônico pela chegada do gatilho  do caos, o 
estopim que fez queimar uma chama há muito apagada.


e merda tudo isso.   o pior é a vontade de beber,  ressaca cruel e  vontade de 
beber, arrependimento que não consigo olhar de frente, é a cara  dos  demônios 
que aparece qndo lembro  do passado, é a cara de tudo aquilo que dentro de mim 
urra mas calo, agora, e eles estão dormindo  agora, mas eu acho que já escrevi 
isso, já escrevi esa poesia e não  consigo mais conversar   sobre nada normal, 
não consigo agir de forma normal, eu tenho um zahir e de zahir não se vive, de 
zahir só se tortura a alma e acordei antes das dez da manhã,  não sei como.  E 
vejo o sol, talvez é isso que me deixa deprimido.
        
O acidente com o cinzeiro me lembra que existem coisas que são irremediáveis e 
o cheiro de nicotina sobe e fica pairando no ar, me lembrando  que  são breves 
momentos que duram pra sempre,  que desdobram inecssantemente e maculam todo o 
porvir.   O doce do sorvete me faz   lembrar que   falta álcool nisso   e   me 
surpreendo pensando em que combinaria, provavelmente vdoca, e não aguento mais 
dar um passo pra qualquer lugar, talvez andar pela rua, uivando, lembrando, um 
caderninho no bolso ou nem tanto, só o dinheiro do cigarro e andar   sem parar 
pra dentro do bairro, pra dentro  de mim mesmo,  pra dentro do  inferno do meu 
arrependimento.   Se faço alguma coisa   bem é porque   vou fuder com isso daí 
a pouco, vou quebrar e esmigalhar  com a impermanencia de minha sobriedade, de 
meu bom senso, do meu juízo. E quebro  vidaraças gargalhante, e durmo em cacos 
de vidro e acordo em poças de lágrimas.   E magôo amigos ausentes e humilho os 
presentes, que nem amigos são. Tudo isso dá vontade de tomar outro porre, esse 
arrependimento me mata.  Andar,   andar sob o sol que odeio,  pra tentar fazer 
alguma coisa, pra comprar cigarro, pra ver se fico sem beber, pra ver se morro 
duma vez, mas como posso ser atropelado num domingo se não tem ninguém na rua?



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__________________________________(putaria.)__________________________________
__________________um e-jornal a serviço da bitch djeneration__________________
________________________edição castilho - 5 abril 1999________________________
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      EL          daniel pellizzari                                 mojo@w3.to        
    EDITOR        porto alegre, rs                                ICQ 10985465




                  daniel pellizzari                     chinaski@earthling.net
                  porto alegre, rs                                ICQ 10985465



     LOS          julio lemos                           oejlemos@alanet.com.br
   AUTORES        campo grande, ms                                ICQ 12457799



                  rafael morado                            morado@bhnet.com.br
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______{história mórbida//_____________________________________________________
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#0 - edição cabaço    * AVALOKITESHVARA NO BAR DO ALFREDO (julio lemos)
                      * TRILOGIA DAS VIRGENS (mariana messias)
                      * SEM TÍTULO (mariana diehl bandarra)



#1 - edição corneta   * NARRATIVA NOTURNA E LAMENTAÇÃO MATUTINA: GIN, UÍSQUE,                          
                        CERVEJA, A MUSA E A MOCRÉIA (rafael morado)
                      * OS TÁXIS VERMELHOS DE PORTO ALEGRE (victor cecatto)
                      * MONSTRO DE MADEIRA (mariana messias)     


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_____________________________________________________________EOF, paiaço______
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(putaria.)