>#> a alegre

cópula das

letrinhas <#<

(putaria.)

>#> número 5

edição cajadada

novembro 99 <#<

editor // daniel pellizzari

é no *st*r*sc*, mocinha.

do manual de etiqueta para prefixos & sufixos vem o pensamento espertinho do mês: "pseudo-intelectualóide é uma dupla redundância" (crumbo parsifal)

.ficção

Teodoro já sentia o assalto do absurdo, do lapso de razão que fica entre a alegria forjada no ambiente e o estado inerte e vazio das coisas. As coisas: diz-se o conjunto de paredes do recinto, das barbas por fazer dos pedreiros. Por fim voltou ao timbre enganoso de Daimonides, e logo foi dizendo:

julio lemosdesvios*

 

 

 

dois lábios de criança sendo pressionados um contra o outro, o restinho da saliva no início do interior nos lábios dela, ele se sentiu corar, ela virou o rosto para o lado oposto, largou a mão, acabou com os vínculos.

mariana e. messiasnena e ele*

 

saí correndo, agora sim. não precisava ter falado. palavra muda tudo. direto pro quarto, não vai tomar banho minha filha, nem falo nada. não precisava ter dito. coisa falada é coisa acontecida. eu nem sabia mais. hoje sei, mas hoje não importa. sou adulta. é.

daniel pellizzarimissal para rastejantes*

 

 

 

Dia desses num bar uma menina chegou vendendo rosas, e por um instante temi que ele fosse me oferecer uma rosa, atitude que eu teria considerado estúpida, odeio flores e odeio babaquices românticas, mas não, ele recusou a rosa e ainda me disse Eu espero que tu nunca espere que eu te dê rosas.

daniel galeraamor perfeito*

 

 

Era no momento do corte, precisamente quando a carne se desfazia ao encontro da lâmina, que seu lábio inferior tremia, muito rapidamente, um tremor quase imperceptível, mas que ele não controlava.

indigouma breve história de amor carnal*

Os feirantes fiu-fiavam ao tremer-passar daquela bunda carnuda. Só seus cabelos longos sacudiam mais que aquele ânus que se tornara uma horta de hemorróidas de tanto ser enrabado.

eduardo nasiana paula, meu amor*

Uma olhada no espelho e eu me acho parecido demais com o Salsicha. Passo a mão nos cabelos, tentando ajeitá-los pra trás. Não consigo.

dréguso caso anselmo*

 

Maria já não tinha vontade de cuidar das suas flores, e com o tempo foi perdendo também a vontade de cozinhar e de arrumar a casa. Edson ficou tão isolado dentro de si mesmo que ao final de alguns anos não saía mais da garagem.

ludmila carvalhocasa própria*

 

a lembrança de que não havia água encanada no barraco azul o atingiu de súbito, embriagando-o como mais uma dose de aguardente - só o desodorante e a camisa nova não bastavam, precisava se lavar.

leonardofelipebarracão azul*

   

 

 

 

A coisa toda se precipitara quando ele encontrou uma cueca estranha embaixo da cama, supostamente um lenço no qual a mulher fungava todas as noites devido à rinite.

hermano freitasa terceira esquina*

 

O caso do quindim deixou sua marca nas páginas policiais, e nos trezentos ou quatrocentos desajustados que devoravam cada linha, ansiosos por saber mais da megera que assassinava seus namorados com o doce.

rafael moradovida de verdade(vem depois)*

.poesia
.egotrips
eduardo pinheirotomates*
 
 

creio já poder trocar o real pelo imaginário, então eu rasgo até certo ponto, até o momento em que pago a viagem ao taxista e saio do veículo: As finas gotas de chuva me trouxeram de volta ao imaginário, mas não havia chuva alguma, engarrafamento algum, táxi algum,

fernando almeidanoite I*

daniel quevedodiferença*
 
marcelo saheamururoa*

Então por qual motivo os loucos agem sem quaisquer escrúpulos, segundo a moral e verdade inovadoras e pouco se importando com os preceitos da convivência em sociedade?

tiago bonamigotempos de redenção*

victor cecattofelicidade*

quase lembro do dia em que pela primeira vez avistei o altar da virgem, meus irmãos prostrados na sujeira, plutão ao lado de urano tornando agradável o cheiro de impermanência na água das flores mortas, mas isso tudo são coisas que você me contou.

crumbo parsifalcomplete esta foda com alguma lógica*

.ensaio

O rompimento com os padrões temáticos, lingüísticos e estruturais presentes em suas obras representa justamente a poética pós-moderna. Não é difícil de conceber que eles escrevam desta maneira visto que a contemporaneidade apresenta uma multiplicidade de fatores jamais experimentados em qualquer outro período literário.

eduardo marks de marquesirvine welsh e a literatura escocesa contemporânea*

Então ele fica me olhando - tá tentando ser espertinho. "No verão", eu digo, "eu tento conseguir o zero no contador do vídeo-cassete usando só os botões de voltar e avançar".

gordon leggepergunta número dez (tradução: daniel pellizzari) *

 

.tradução

.tás perdido, pubre?

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